quinta-feira, 26 de março de 2009

a conversa...

Talvez você perceba a minha ansiedade crescente enquanto falamos de assuntos banais e me pergunto desesperada se é a hora certa de começar. “O que você tem, aconteceu alguma coisa?”. Talvez é ótimo, eu que sempre fui tão obvia achei que seria diferente agora. “Nada, to normal”. Você continua falando e eu me acovardando (porque sei que estou quase desistindo) e tento aparentar uma calma que não existe . Me distraio com seu cabelo ao vento enquanto você fala alguma bobagem, no seu sorriso infantil e irresistível enquanto conta a última que aprontou. Onde eu estava com a cabeça quando pensei que poderia fazer isso?! Acho melhor desistir de tudo e não passar vergonha. Então você chega mais perto. Leva sua mão até o meu rosto. “Não vai mesmo me dizer o que você tem?" Pela milésima vez, não pode ser tão difícil assim! "Cismou com isso hein?! Não é nada, to só com sono." Como alguém pode ser tão patética meu Deus? A conversa segue como sempre num tom de provocação e risadas. Visivelmente decepcionada eu me despeço. Então você me abraça e logo antes de sair pergunta me pegando de surpresa: "O que você queria me falar mesmo?". "Ah nada demais, amanha eu falo". O amanha não vem e você sempre volta. O medo me paralisa mas a vontade pulsa. Não saber é quase tão ruim quanto você não ver. É, amanha eu falo...





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terça-feira, 10 de março de 2009

doce amargo

Serei o doce em sua boca e o amargo em seu peito. O contrário não há de ser. Darei-te tudo o que quiser e nunca o que me pede. Irei te conhecer melhor do que você. Quando sentir-se amargar mais do doce vai querer. Não negarei quem sou por isso vai repudiar me amar. Quando desejar nunca ter me conhecido, meu nome serás o único a chamar. Vais negar algumas vezes e se entregará em todas. O amargo vai gritar do seu peito e se calar no doce do meu beijo.