- Tô me sentindo numa música do R.E.M hoje... - Shiny Happy People ou Everybody Hurts?
- Sério? Olha bem pra minha cara e me diz.
- Sinceramente? Tá parecendo Tik Tok da Ke$ha.
- Por que você precisa sempre ser assim?
- Eu? E quando você ficou dias cantarolando Mean da Taylor Swift? Não pensa que não percebi.
- Do mesmo jeito que ignorei o toque do seu cel com We Are Never Ever Getting Back Together na semana que alguém mudou o status do facebook antes de você.
- Então concordamos em achar a Taylor Swift legal?
- Sim, mas você ainda não me disse como tá se sentindo.
- Tá, vou falar na sua língua então. Como a Mariah Carey em Hero, tá bom assim?
- Magra, fora de moda e precisando de um corte de cabelo urgente?
- Desisto.
- Como? Quê?? Já sei, I Won't Give Up do Jason Mraz!!
Essa coisa toda de fazer 25 anos anda mexendo comigo e o que resolvo fazer? Escrever, óbvio. Não, não estou em crise porque "ó meu Deus 25 é muito", e sim porque eu não me vejo com 25. Será? E como alguém com 25 anos deveria se ver? Só sei que ontem eu era uma garotinha inocente (tá, não tão inocente assim), descobrindo sexualidade, responsabilidade, decepções e amizade. Ahh como passou rápido. Nostalgia? Não me julguem, coisas da idade.
Se alguém me dissesse há 10 anos que hoje estaria casada eu daria a minha melhor e maior gargalhada, daquelas gostosas que fazem a barriga doer até perder o ar. Não que eu não desejasse, mas o meu dedo podre da época (que perdurou por muito mais tempo) me dizia todos os dias que eu morreria sozinha (como adolescentes podem ser dramáticos). Mas viram, meninas e meninos? Até o pior dos dedos podres tem cura. Acreditem, tenho histórias que até eu mesmo duvido. Eu relaciono isso à maturidade. Todas as coisas que eu buscava no outro me parecem patéticas hoje, nada mais do que uma constante guerra de auto afirmação. Ponto para os 25! Eu não fui a primeira a perder a virgindade como todas as minhas amigas acreditavam, mas sim, fui a primeira a casar, coisa que ninguém pensava.
Estamos numa fase tão esquisita, concordam? Não somos o que imaginávamos o que seríamos mas ao mesmo tempo já somos tanta coisa. Temos muito tempo pela frente, mas aliado a ele, temos uma pressa sufocante de atingir metas e objetivos, tantos planos...Ainda tão jovens, mas lidando com o peso crescente das responsabilidades nos ombros. Eu acho que tudo tem que estar no seu devido lugar e a busca pelo equilíbrio é a chave. Busquemos o sucesso profissional, sim, mas não devemos perder o que nos é essencial, família, amigos e amores. Trace metas, mas não perca o prazer nas pequenas coisas. Com o tempo você finalmente entende que elas ainda são as melhores.
Com a idade você começa a lidar também com as perdas. Tem quem diga que só viramos homens e mulheres de verdade quando lidamos com elas. Não acredito. O que eu acho é que realmente existe uma parte de nós que muda quando perdemos um ente querido. E sim, é uma mudança irreversível. Através da dor podemos aprender muita coisa. Ainda estou aprendendo... Aprender a como ser generoso com o seu próprio tempo, ser generoso com o seu amor e com sua vida.
Ainda tenho sonhos secretos de menina e também cicatrizes de gente grande. Elas não me definem, apenas fazem parte de mim.
Ainda me emociono com histórias de casais apaixonados, mas não tenho paciência para disputa de egos.
Ainda danço no quarto quando não tem ninguém olhando fazendo caras e bocas para o espelho, mas ganhei a segurança para dançar em público sem me preocupar com alguém olhando.
Ainda acredito em amor eterno, mas hoje sei que eles são os mais difíceis.
Ainda gosto de beber e não, ainda não aprendi a hora certa de parar. Eu disse que vou fazer 25, não que virei perfeita (não, a minha cara nem racha). Mas em minha defesa aprendi que tomar água enquanto enche a cara torna o dia seguinte menos horrível.
Ainda acho que tenho sempre a razão e o problema é de quem briga comigo, mas aprendi a voltar atrás e pedir humildes desculpas.
Ainda acho cabelo grande muito bonito e sei que é a preferência da maioria, mas me descobri muito mais sexy com ele curto e é impossível agradar a todos.
O mais importante de tudo, descobri que não existe verdade absoluta. Daqui a 10 anos eu volto e conto o que mudou.
"Have yourself another dream
Tonight, baby, we can start again
Only the young can break away, break away
Lost when the wind blows, on your own"
Tenho medo de gatos. Fico esperando o momento de ser atacada como nos filmes. Ele pulando na minha cabeça por trás e me arranhando toda.
Fico tímida quando recebo elogios pessoalmente. Fico sem jeito, olho pra baixo e desvio do assunto. Bem jeca mesmo. Atenção, eu disse pessoalmente. Podem continuar me chamando de linda nos comentários das fotos no facebook e no instagram.
Quando estou nas minhas piores ressacas sempre cismo que meus braços são gigantes, como os dos macacos.
Só consigo cantar imitando a voz dos respectivos artistas. Minha imitação do Michael Stipe em Losing my religion já é um clássico. E imito todos os meus amigos quando eles não estão vendo.
Não assisto tv se o controle remoto não estiver comigo. Não farei isso na sua casa, claro, mas será uma tortura.
domingo, 17 de fevereiro de 2013
Ficar sozinha nos últimos dias tem sido uma verdadeira tortura. Ficar sozinha significa pensar. Pensar sem conseguir fugir. Pensar significa sentir. Sentir significa revoltar-se e não entender. Significa doer. Vou buscar o refúgio nos outros para me esconder dessa onda gigante de sentimentos. Confesso. Não quero ser forte. Não posso. Não consigo. Não sei dizer se tentar ignorar é o melhor remédio, mas existe remédio? Me contaram que o tempo cura tudo. Acredito, mas ninguém me ensinou o que fazer até ele passar. Meu choro sempre preso na garganta me diz que talvez eu esteja no caminho errado agora, mas como já somos velhos conhecidos me permito ir tropeçando pelo percurso. Ainda não consigo ler. Hoje tentei escrever. Amanhã tentarei algo novo. Só não me deixo sozinha.