segunda-feira, 30 de junho de 2008

quase sem querer

Fiz das dúvidas dos outros as minhas. Quando na verdade sabia que elas não existiam.
Para tentar provar o que nem eu sei o que, cometi erros. Os erros em si não me incomodam. O que me incomoda foi ter escondido de mim as minhas certezas. Então errei comigo. Sem arrependimentos e sem dúvidas agora. Eu não pretendia ser diferente nem nunca tentei ser igual. Só queria ser eu mesma.


"Como um anjo caído
Fiz questão de esquecer
Que mentir prá si mesmo
É sempre a pior mentira
Mas não sou mais tão criança,
A ponto de saber tudo...
Já não me preocupo
Se eu não sei porquê
Às vezes o que eu vejo
Quase ninguém vê..."



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quinta-feira, 26 de junho de 2008

...



No frio me conheço

na chuva me concentro

no calor me disperso

no vento encontro o que não pode se espalhar de mim.

O frio me leva para dentro

e me aqueço com o que sinto.

O calor foi feito para dois

e o frio para um.


quarta-feira, 25 de junho de 2008

saudade...

"Trancar o dedo numa porta dói.
Bater com o queixo no chão dói.
Torcer o tornozelo dói.
Um tapa, um soco, um pontapé, doem.
Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim.
Mas o que mais dói é a saudade.
Saudade de um irmão que mora longe.
Saudade de uma cachoeira da infância.
Saudade de um filho que estuda fora.
Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais.
Saudade do pai que morreu, do amigo imaginário que nunca existiu.
Saudade de uma cidade.
Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa. Doem essas saudades todas.
Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama.
Saudade da pele, do cheiro, dos beijos.
Saudade da presença, e até da ausência consentida.
Você podia ficar na sala e ela no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá. Você podia ir para o dentista e ela para a faculdade, mas sabiam-se onde. Você podia ficar o dia sem vê-la, ela o dia sem vê-lo, mas sabiam-se amanhã. Contudo, quando o amor de um acaba, ou torna-se menor, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter. Saudade é basicamente não saber.
Não saber mais se ela continua fungando num ambiente mais frio. Não saber se ele continua sem fazer a barba por causa daquela alergia. Não saber se ela ainda usa aquela saia.
Não saber se ele foi na consulta com o dermatologista como prometeu. Não saber se ela tem comido bem por causa daquela mania de estar sempre ocupada; se ele tem assistido às aulas de inglês, se aprendeu a entrar na Internet e encontrar a página do Diário Oficial; se ela aprendeu a estacionar entre dois carros; se ele continua preferindo Malzebier; se ela continua preferindo suco; se ele continua sorrindo com aqueles olhinhos apertados; se ela continua dançando daquele jeitinho enlouquecedor; se ele continua cantando tão bem; se ela continua detestando o MC Donald's; se ele continua amando; se ela continua a chorar até nas comédias.
Saudade é não saber mesmo! Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos; não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento; não saber como frear as lágrimas diante de uma música; não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.
Saudade é não querer saber se ela está com outro, e ao mesmo tempo querer.
É não saber se ele está feliz, e ao mesmo tempo perguntar a todos os amigos por isso...
É não querer saber se ele está mais magro, se ela está mais bela.
Saudade é nunca mais saber de quem se ama, e ainda assim doer;
Saudade é isso que senti enquanto estive escrevendo e o que você, provavelmente, está sentindo agora depois que acabou de ler..."


Texto de Miguel Falabella publicado no jornal O Globo.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

"O Jornalista é um ser curioso"

Em visita aos alunos do 3º período de Comunicação Social da Faesa, a Jornalista Carol Veiga deu uma palestra falando a respeito do que é ser Jornalista. Super simpática e desenvolta, Carol, contou como foi o início da profissão, as dificuldades encontradas e curiosidades. Atualmente trabalhando como assessora de imprensa do grupo FINDES, a jornalista já trabalhou na rádio Universitária, nos jornais A Gazeta e Notícia Agora, onde nesse escrevia uma coluna voltada para o público Gay, teve um programa sobre viagens na Tv Vitória, e também tem 3 livros publicados. O primeiro se chama ES Empreendedor, que conta as histórias de empresários bem sucedidos do estado. Após o sucesso do seu primeiro livro, ela foi convidada para fazer continuações. Para Carol o jornalista é um ser curioso, que precisa estar sempre antenado e bem informado. Tem que ter paixão pelo o que faz e estar disposto a correr atrás das notícias. Ela acredita que ler bastante é um dos princípios básicos de todo jornalista, porque dessa forma você amplia seu vocabulário, conhece sobre os mais variados assuntos, tendo uma base maior e assim mais facilidade na hora de escrever. Ela também apontou a importância da boa apuração. É preciso conhecer as fontes, pesquisar antes de fazer as matérias e ter cuidado com a Internet. Para Carol da mesma maneira que a internet facilita as coisas, se o jornalista não tiver todo um cuidado, pode se prejudicar. Carol é da época de passar tardes em bibliotecas fazendo pesquisas para os trabalhos da faculdade (Carol é formada pela UFES), de quando não se tinha e-mail e nem mesmo celular. Para ela os jovens de hoje disponibilizam de maiores facilidades, mas sem querer parecer nostálgica, acha que perdeu um pouco do encanto. Para Carol o jornalista tem que ser desprendido de preconceitos e não esta no papel de julgar a ninguém: “Leia um pouco de tudo, escute um pouco de tudo, converse com as pessoas e saiba para onde focar.”
Outro ponto abordado pela jornalista é a importância da profissão. “Nós somos testemunho do nosso tempo”, disse Carol. Jornalistas não são artistas, Carol é contra a vaidade que costuma cercar a profissão. Para ela o grande propósito é servir as pessoas, as colocar a par de seus direitos, informar sobre tudo que acontece. Carol respondeu perguntas dos alunos e encerrou a palestra contando que ganhou uma bolsa de estudos na Alemanha e vai pra lá aprender a língua e estagiar em tv, rádio e impresso. Boa sorte Carol, e que você volte com novas boas histórias para contar.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

fingers and feelings

Do que a vida é feita eu posso não saber, mas sei que precisamos ser tocados por ela de alguma forma. Seja com dedos ou sentimentos. Palavras ou ações, lembranças ou momentos, pessoas ou lugares.


"On comes the panic light
Holding on with fingers and feelings alike"


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