quinta-feira, 21 de maio de 2009


Quando se está tão longe a ponto de não ouvir, não ver e nem mesmo sentir, não vale a pena tentar. Você tropeçaria nas duvidas ou se perderia no vazio. A distância sempre será maior quando se caminha sozinho. Sendo assim na próxima vez que eu decidir caminhar, levarei alguém comigo. Alguém que fique do meu lado e que faça dessas longas distâncias, apenas sombras do passado.

terça-feira, 12 de maio de 2009

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Como pode querer dois se não sabe ser um?


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domingo, 10 de maio de 2009

dia das mães

Com o dia das mães chegando lembrei uma história minha. Eu tinha uns 5 ou 6 anos, tenho que confirmar direitinho com mamãe o ano. Iria ter uma comemoração na escolinha na sexta feira e passamos a semana aprendendo a cantar uma música. Meu Deus, eu lembro dela! A professora fez questão de lembrar que era uma surpresa, que não devíamos falar nada. Quando chegou o dia, minha mãe estava com muita dor de cabeça causada pelas freqüentes enxaquecas que ela tinha. Hoje em dia ela fala que quem causa as dores sou eu. Enfim, Loreninha aqui se desesperou quando viu que ela não ia.

- Mas minha filha, porque você ta assim? Vai ter alguma coisa lá hoje?

- Não mãe, só vamos entregar os cartõezinhos.

- Então não fica assim, prometo que se melhorar eu vou.

Chegou à hora da festinha e eu que até então estava brincando (leia-se esmurrando algum garotinho), comecei a ficar animada. Livia (minha irmã gêmea) positiva e doce como sempre:

-Ela não vem Lorena!

-Ela disse que se melhorasse ela viria!

Ela continuou de cara feia e me chamou de burra. Engraçado que até nos dias de hoje quando ela vê situações em que posso me decepcionar sua reação é a mesma. As mães foram chegando e chegando, o pátio começou a ficar cheio e nada da minha mãe. Eu ficava procurando na pontinha dos pés, com a esperança que ela estivesse mais no fundo. Corri para a Tia com Livia do meu lado, sempre, e disse que mamãe não iria. Ela insistiu para que a gente cantasse do mesmo jeito. Mal a música começou e eu já estava aos prantos, soluçando. Lembro das pessoas ficarem olhando pra mim, devem ter pensando “tadinha, ela é órfã”. Lívia começou a chorar também. A Tia veio ficar de mão dada comigo e foi assim até o final.

Cheguei em casa ainda chorando e minha mãe quis saber o que tinha acontecido. Livia contou que fiquei chorando igual uma boba. Ela também chorou, mas não disse.

- Minha filha, porque você não me contou, eu teria dado um jeito e ido.

- A tia disse que não era pra contar.

- Você pode cantar pra mim agora e olha como vai ser mais legal, você vai cantar agora só pra mim e eu vou ouvir só você!

Eu cantei e ela me abraçou até que eu me acalmasse.
Interessante perceber que eu mantenho o mesmo coração de criança, puro, ingênuo e esperançoso. Se você me disser talvez, eu acredito e é bem provável que fique esperando. Se não der certo e eu me machucar muito, Livia continua de cara feia, mas sempre do meu lado e eu ainda corro para os braços da minha mãe e choro até que fique tudo bem.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Certa vez me perguntaram num tom de gozação quantas vezes eu tive meu coração partido. Na ocasião me limitei a sorrir e me sentir totalmente constrangida. Percebi que aguardavam a resposta, mas todos que me conhecem bem, sabem que quando não quero, não falo. Engraçado que as piadinhas sem más intenções podem incomodar de verdade. Fiquei pensando no assunto e se tivesse mesmo que responder, diria: “nenhuma”.

Seria uma resposta polêmica, admito. Viriam com várias histórias. “E aquela vez? E aquela outra?”

“Não, eu não me esqueci de nada” eu diria. Mas como podem ter partido se nem ao menos chegaram a tocá-lo?

Na verdade o que se partiram foram ilusões, promessas, sensações. Coisas que eram minhas, só minhas. Não as dividi com ninguém, nem elas e nem nada a mais. Nunca foram tão longe. Claro que percebo isso agora, passado os aborrecimentos, decepções e momentos de rancor. Mas eram minhas formas de dizer tchau ao que eu sentia. Confuso? Talvez. Meu sentir sempre foi confuso para os outros e simples para mim.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Caminhos.

Chego a lugares sem saber como cheguei... Abro portas de casas que não são minhas. Faço curvas sem ao menos saber desviar. Escolho atalhos que me parecem longas rodovias. Sei onde começam os círculos, mas não onde terminam. E de nada me adiantaria mapas, não saberia como segui-los. Muros que serviriam para parar me fazem pular. Nunca presto atenção nos caminhos por não ter a intenção de voltar por eles. Acho outros, não paro para pedir informação, eu me perderia de qualquer forma.