quinta-feira, 11 de abril de 2013

20 e poucos

Essa coisa toda de fazer 25 anos anda mexendo comigo e o que resolvo fazer? Escrever, óbvio. Não, não estou em crise porque "ó meu Deus 25 é muito", e sim porque eu não me vejo com 25. Será? E como alguém com 25 anos deveria se ver? Só sei que ontem eu era uma garotinha inocente (tá, não tão inocente assim), descobrindo sexualidade, responsabilidade, decepções e amizade. Ahh como passou rápido. Nostalgia? Não me julguem, coisas da idade.

Se alguém me dissesse há 10 anos que hoje estaria casada eu daria a minha melhor e maior gargalhada, daquelas gostosas que fazem a barriga doer até perder o ar. Não que eu não desejasse, mas o meu dedo podre da época (que perdurou por muito mais tempo) me dizia todos os dias que eu morreria sozinha (como adolescentes podem ser dramáticos). Mas viram, meninas e meninos? Até o pior dos dedos podres tem cura. Acreditem, tenho histórias que até eu mesmo duvido. Eu relaciono isso à maturidade. Todas as coisas que eu buscava no outro me parecem patéticas hoje, nada mais do que uma constante guerra de auto afirmação. Ponto para os 25! Eu não fui a primeira a perder a virgindade como todas as minhas amigas acreditavam, mas sim, fui a primeira a casar, coisa que ninguém pensava.

Estamos numa fase tão esquisita, concordam? Não somos o que imaginávamos o que seríamos mas ao mesmo tempo já somos tanta coisa. Temos muito tempo pela frente, mas aliado a ele, temos uma pressa sufocante de atingir metas e objetivos, tantos planos...Ainda tão jovens, mas lidando com o peso crescente das responsabilidades nos ombros. Eu acho que tudo tem que estar no seu devido lugar e a busca pelo equilíbrio é a chave. Busquemos o sucesso profissional, sim, mas não devemos perder o que nos é essencial, família, amigos e amores. Trace metas, mas não perca o prazer nas pequenas coisas. Com o tempo você finalmente entende que elas ainda são as melhores.

Com a idade você começa a lidar também com as perdas. Tem quem diga que só viramos homens e mulheres de verdade quando lidamos com elas. Não acredito. O que eu acho é que realmente existe uma parte de nós que muda quando perdemos um ente querido. E sim, é uma mudança irreversível. Através da dor podemos aprender muita coisa. Ainda estou aprendendo... Aprender a como ser generoso com o seu próprio tempo, ser generoso com o seu amor e com sua vida.

Ainda tenho sonhos secretos de menina e também cicatrizes de gente grande. Elas não me definem, apenas fazem parte de mim.

Ainda me emociono com histórias de casais apaixonados, mas não tenho paciência para disputa de egos. 

Ainda danço no quarto quando não tem ninguém olhando fazendo caras e bocas para o espelho, mas ganhei a segurança para dançar em público sem me preocupar com alguém olhando.

Ainda acredito em amor eterno, mas hoje sei que eles são os mais difíceis.

Ainda gosto de beber e não, ainda não aprendi a hora certa de parar. Eu disse que vou fazer 25, não que virei perfeita (não, a minha cara nem racha). Mas em minha defesa aprendi que tomar água enquanto enche a cara torna o dia seguinte menos horrível.

Ainda acho que tenho sempre a razão e o problema é de quem briga comigo, mas aprendi a voltar atrás e pedir humildes desculpas.

Ainda acho cabelo grande muito bonito e sei que é a preferência da maioria, mas me descobri muito mais sexy com ele curto e é impossível agradar a todos.

O mais importante de tudo, descobri que não existe verdade absoluta. Daqui a 10 anos eu volto e conto o que mudou.

"Have yourself another dream
Tonight, baby, we can start again
Only the young can break away, break away
Lost when the wind blows, on your own"




Um comentário:

Aline Dias disse...

Nem preciso dizer o quão apaixonada sou pela sua escrita né?
E me identifiquei muito com o texto, mesmo! Hoje li um dos 20 e tantos anos que também me assustou. Coisas que hoje vejo que acontecem que se fossem há 10 anos atrás eu reagiria totalmente diferente e beeeem mais imaturamente do que hoje. Acho que criei sim um pouco de maturidade, além de acreditar que moro dentro do corpo de uma criança!
É assustador o sentimento de achar que ainda vou morrer sozinha (sim, ainda me assombra) mas acho que estou passando por tantas experiencias diferentes que por vários motivos fui privada antes que vejo...sei lá, um encantamento na tragédia e nos dramas.

Ai lo...os vinte e tantos anos são sofridos, bons e excitantes!
:D

ps.: juro q meus olhos marejaram com seu texto ;)