domingo, 10 de maio de 2009

dia das mães

Com o dia das mães chegando lembrei uma história minha. Eu tinha uns 5 ou 6 anos, tenho que confirmar direitinho com mamãe o ano. Iria ter uma comemoração na escolinha na sexta feira e passamos a semana aprendendo a cantar uma música. Meu Deus, eu lembro dela! A professora fez questão de lembrar que era uma surpresa, que não devíamos falar nada. Quando chegou o dia, minha mãe estava com muita dor de cabeça causada pelas freqüentes enxaquecas que ela tinha. Hoje em dia ela fala que quem causa as dores sou eu. Enfim, Loreninha aqui se desesperou quando viu que ela não ia.

- Mas minha filha, porque você ta assim? Vai ter alguma coisa lá hoje?

- Não mãe, só vamos entregar os cartõezinhos.

- Então não fica assim, prometo que se melhorar eu vou.

Chegou à hora da festinha e eu que até então estava brincando (leia-se esmurrando algum garotinho), comecei a ficar animada. Livia (minha irmã gêmea) positiva e doce como sempre:

-Ela não vem Lorena!

-Ela disse que se melhorasse ela viria!

Ela continuou de cara feia e me chamou de burra. Engraçado que até nos dias de hoje quando ela vê situações em que posso me decepcionar sua reação é a mesma. As mães foram chegando e chegando, o pátio começou a ficar cheio e nada da minha mãe. Eu ficava procurando na pontinha dos pés, com a esperança que ela estivesse mais no fundo. Corri para a Tia com Livia do meu lado, sempre, e disse que mamãe não iria. Ela insistiu para que a gente cantasse do mesmo jeito. Mal a música começou e eu já estava aos prantos, soluçando. Lembro das pessoas ficarem olhando pra mim, devem ter pensando “tadinha, ela é órfã”. Lívia começou a chorar também. A Tia veio ficar de mão dada comigo e foi assim até o final.

Cheguei em casa ainda chorando e minha mãe quis saber o que tinha acontecido. Livia contou que fiquei chorando igual uma boba. Ela também chorou, mas não disse.

- Minha filha, porque você não me contou, eu teria dado um jeito e ido.

- A tia disse que não era pra contar.

- Você pode cantar pra mim agora e olha como vai ser mais legal, você vai cantar agora só pra mim e eu vou ouvir só você!

Eu cantei e ela me abraçou até que eu me acalmasse.
Interessante perceber que eu mantenho o mesmo coração de criança, puro, ingênuo e esperançoso. Se você me disser talvez, eu acredito e é bem provável que fique esperando. Se não der certo e eu me machucar muito, Livia continua de cara feia, mas sempre do meu lado e eu ainda corro para os braços da minha mãe e choro até que fique tudo bem.

2 comentários:

Pri Stein disse...

Adorei!


Ficou com um gostinho de crônica sua história...

Como que eu sofria com essas apresentações, minha mãe nunca podia ir...

*acho que vou escrever sobre isso.

;*

Ana Aguiar disse...

ai Lolo que texto lindo!
me emocionei, unft!
adorei as reações da lívia...hahaha
coisa de irmã mesmo..
beijo (L)