terça-feira, 1 de junho de 2010

only time

As pessoas parecem não entender que o tempo é realmente o melhor remédio. Para as dores, os amores, as ausências, as mágoas, as mudanças, os medos. Num mundo acelerado em que os sentimentos são momentâneos e as relações superficiais, parece ser ainda mais difícil esperar. Esperar que o telefone finalmente toque, que aquele beijo role, que o pedido seja feito, que o amor aconteça. Esperar que aquele corte cicatrize, que aquela saudade aquiete, que o novo não incomode e que o medo não paralise.

Tanto nas coisas boas e ruins da vida, é amargo o sabor de quem espera. O não saber nos incomoda tanto a ponto de ignorarmos a sutileza das surpresas. Pulamos etapas, nos apressamos, nos equivocamos, viramos verdadeiros inimigos do tempo por ele não agir como desejamos, sem perceber que tudo acontece há seu tempo, sempre. Independente da nossa vontade.

Pode acontecer de o telefone tocar quando você menos esperar naquela tarde chata e com esse simples fato, você ganhe o dia. Pode ser que aquele beijo role não quando você está linda, maquiada e sofrendo em cima de um salto 15, mas sim no meio de uma conversa despretensiosa em que você está super à vontade. Pode ser que você encontre com alguém que te machucou profundamente (e que você, diga-se de passagem, amaldiçoou por todas as vidas) e ao invés de sentir aquela dor que parece te consumir, você sinta uma tranquilidade estranha e seja capaz de olhar nos olhos da pessoa sem querer sumir.

Por experiência própria eu posso afirmar que não tem nada que o tempo não conserte. Com o passar do dia, com novos acontecimentos e tropeços, novos desejos e relacionamentos, todas aquelas coisas que já giraram em torno do nosso mundo um dia, se tornam o que deveriam ser desde o começo, experiências, apenas. Aprendizado.
Sabe aquela frase “Nada como um dia após o outro”? Verdade pura. Acredite.

Já cometi erros catastróficos, exatamente por não conseguir esperar. Às vezes por questão de dias e até horas. E então sabe o que eu fiz? Desejei desesperadamente poder voltar no tempo. Sim, aquele mesmo que nos assombra. Enfim, quando aprendi a fazer dele meu aliado a espera passou a ser menos angustiante. Preste atenção, eu disse menos. Ainda me embolo constantemente, mas sem aquela cobrança excessiva. Eu só aprendi que quando escuto ao invés de falar, quando observo ao invés de me antecipar, as chances ficam mais a meu favor.

Outra coisa que aprendi, as minhas expectativas são sempre minhas e ninguém tem a obrigação de supri-las. E se ocorrerem decepções e erros no meio do caminho, o tempo vai estar lá, fazendo sua parte.

2 comentários:

Dani Merlo disse...

Às vezes me pergunto o por quê dessa correria, a falta de tempo, a angústia, o desespero para viver uma fantasia de encontros perfeitos, experiências perfeitas, sonhos e desejos plenamente conquistados.. lidar com o tempo e entendê-lo talvez seja o mais difícil dos desafios da vida. A dificuldade deve estar em entender realmente que ele já passou e levou praticamente tudo com ele: "as dores, os amores, as ausências, as mágoas, as mudanças, os medos". E não adianta... o que queremos é que o tempo pare, porém tê-lo como um aliado é para poucos.

Marla Oliveira disse...

Cada vez mais aprendo com vc. Com sua paciência e sua serenidade. Obrigada minha amiga por significar tanto pra mim em tao pouco tempo. te amo.