sexta-feira, 13 de maio de 2011

Natascha Kampusch



Para o post desta sexta-feira 13, resolvi falar sobre o livro, 3096 Dias, que conta a história da jovem austríaca Natascha Kampusch. O livro narra a vida da menina, que foi sequestada com 10 anos de idade e sofreu durante oito anos na mão de um lunático, em cativeiro, totalmente isolada do resto do mundo. Natascha foi sequestrada no caminho de casa para a escola (era seu aniversário e a mãe permitiu pela primeira vez que ela fosse sozinha) por Wolfgang Priklopil.

Ela descreve em detalhes o começo da relação com o psicopata, e o ambiente em que ficava trancada, uma espécie de jaula de concreto sem qualquer abertura, ela ficou anos sem ver a luz do dia. No início o sequestrador a tratava bem, lhe dava presentes e a alimentava.

Quando a menina entra na pré adolescencia começam as agressões físicas e verbais. Wolfgang a espancava diariamente, fazia torturas psicológicas, obrigava a menina a passar o dia todo limpando sua casa (ele tinha TOC e obssessão por limpeza), e não deixava Natascha comer, ela chegou a pesar pouco mais de 35 quilos. Ele raspava todo a sua cabeça, tinha medo que a polícia encontrasse fios de cabelo da menina pela casa, e a agredia sempre que tinha oportunidade (ela conta que em alguns momentos não conseguia encontrar uma parte do seu corpo sem hematomas).

O livro é assombroso, perturbador e angustiante, mas ao mesmo tempo muito interessante. Deixe-me explicar melhor o porque. Natascha mantia um diário no cativeiro e durante os oito anos registrou tudo que acontecia. É perfeitamente narrado o jogo mental de gato e rato entre ela e Wolfgang e a sua luta diária pela sobrevivência. A menina era de uma força impressionante para tão pouca idade e mesmo sofrendo todos aqueles abusos, não se perdeu como pessoa, mesmo sendo tratada daquela forma. Ela explica como os artifícios psicológicos, que usava com ela mesma, salvaram sua vida. Natascha conseguiu fugir após, como ela mesmo relata, o primeiro e único momento de deslize do sequestrador, que se suicidou logo em seguida.

É uma leitura diferente, confesso. Mas vale a pena conferir.

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