domingo, 17 de julho de 2011

unknown

Acordei triste um dia desses. E não senti um pingo de culpa por isso. Deixei o desanimo bater na minha porta sem ser convidado. Deixei a angústia passear por entre meus pensamentos e receios. Deixei também que as lágrimas escorressem livremente, sem vergonha, sem pudor, sem lenços.

Resquícios de uma tpm? De um problema que não consigo resolver? Não me perguntei. O problema do ser humano é querer racionalizar tudo. Uma razão para tudo. Um motivo para tudo. Essa obrigação de ter que saber tudo o tempo todo é tão desgastante. “Mas como assim você ainda não leu aquele livro? Não ouviu aquela música, não leu aquela notícia?” Tem dias que eu apenas quero não saber.

Busco o silêncio. Não me obrigo a sorrir, a me sentir melhor, não me envergonho do meu pranto. Não tem dias que precisamos sorrir? Acredite, também existem os dias que precisamos nos recolher. Fraqueza é se negar a isso. Vou escutar as músicas que me emocionam, vou achar menos graça do mundo. Vou ficar mal humorada e até chata.

Se choro hoje, sei que amanhã logo passa. Se permitir a tristeza é ainda mais difícil do que se permitir a felicidade. Do que temos tanto medo? De sermos tristes ou de perceber que nunca de fato felizes?

De não sermos tão bonitos ou tão interessantes ou então não tão disponíveis? Desculpa a sinceridade, mas se suas amizades não podem sobreviver a um dia, hora de revelas.
Ou então voltamos para aquela velha história, talvez o medo venha de algum lugar mais próximo. Para alguns se ouvirem no silêncio pode ser assustador e para outros libertador. Fico com o segundo grupo. Não tenho medo do que vou achar, meu único medo é que não encontre.

Me abraço nesses dias como uma mãe abraça seu recém nascido indefeso, entregue e desprotegido. Choro até que me canso e esteja pronta para sorrir de novo.

2 comentários:

Ana Aguiar disse...

muito reconfortante, Lolo...sempre tento dizer isso, mas não consigo tão diretamente quanto você.

foi muito bom ler seu texto hoje, obrigada.

Livia disse...

Gostei muito desse texto! Parabéns!
um grande beijo